quarta-feira, novembro 01, 2006

Melancolia, Nostalgia e outras...

Existem alturas na vida de uma pessoa em que esta se sente emocionalmente cansada. Alturas como esta, em que sentimos falta de alegria ou simplesmente de motivação para seguir em frente, podem ser causadas por diversos factores. Um deles é a nostalgia. O sentimento de tristeza causado pela saudade de alguma coisa ou de alguém pode ser forte, ou porque não voltamos a reencontrar aquilo de que temos saudades e sabemo-lo, ou até mesmo porque estamos temporariamente afastados de algo que nos faz imensa falta. Outro factor é a melancolia, o simples desgosto que se pode ter pela vida muitas vezes sem aparente razão. O que pode causar a melancolia? Não sei! Talvez o excesso de ocupação do tempo, mudanças repentinas na nossa vida, uma vida quotidiana demasiado monótona, talvez todas estas juntas e talvez nenhuma delas... Já os sintomas, segundo Freud quando uma pessoa "sofre" de melancolia acha-se inútil, incapaz, um fardo e/ou irritante. Mas mais importante ainda, o que fazer para ultrapassar estas situações? Bem, na minha opinião, e é tudo o que posso dar, sugiro que as pessoas comecem por arranjar um tempo e descansar, relaxar. Respirar fundo e pensar que as coisas hão-de melhorar também ajuda. Conversar com um amigo próximo, de confiança e que saiba ouvir é das melhores coisas a fazer em situações de abatimento. Pensar e fazer em algumas coisas que geralmente trasmitem sensações alegres. No meu caso concreto há um par de coisas que gosto de fazer e que me ajudam muito a melhorar o humor: cantar e ouvir musica dos meus tempos de criança. Não são aquelas musicas da carochinha, são aquelas que uma pessoa começa a ouvir quando vai para o 2º ciclo. Musicas mais "crescidas" que as da carochinha mas menos que as que ouvimos hoje. Talvez a lembrança desses tempos, para mim essencialmente os 6º e 7º anos, me transmita alguma confiança por terem sido tempos simples sem problemas, tempos inocentes. Quanto aos amigos, é sempre bom sabermos que temos aquele ou aqueles amigos especiais com quem podemos contar e que sabemos que estão sempre prontos a puxar por nós quando precisamos. E que quando nos vêm com má cara não descansam enquanto não virem um sorriso da nossa parte. Porque há aqueles que acham que as pessoas que fazem má cara devem fazer um esforço para parecerem felizes aos outros, como se isso os incomodasse. Se se sentem incomodadas não são nossos amigos.
Acabo este artigo, que talvez possa parecer que apareceu do ar (mas não!), com uma sugestão que é ao mesmo tempo um pedido: Olhem para vocês, olhem à vossa volta e se virem um amigo com má cara, ou que parece abatido, procurem ajudar, e lembrem-se que, enquanto a insistência cerrada pode piorar a situação, mostrar que vocês estão lá para quando for preciso é das ajudas mais preciosas que podem dar.

3 Comments:

At 1:08 da manhã, Blogger João said...

É verdade. Há situações em que se olha para o passado e deseja-se que ele volte a acontecer, mesmo que quando aconteceu não lhe tenhamos dado valor. Se a idade traz sabedoria (é o que se diz), também é verdade que traz com ela um conjunto de preocupações. A vida é simples quando somos jovens, porque ainda não pensamos como vamos ganhar a vida e porque as crianças são bastante protegidas, o que na minha opinião é óptimo; ao menos que nessa altura não tenhamos de nos preocupar muito. É necessário que nos preocupemos com o nosso futuro e não ponho isso em causa, mas às vezes a sociedade adulta cria problemas onde eles não existem. Às vezes parece-me que tudo é um problema, que tudo é um defeito, que está sempre tudo mal: se somos assim é porque somos assim, se somos assado é porque somos assado e nunca nada está bem, acabamos sempre por ser criticados, muitas vezes contraditoriamente. Abraço amigo do João

 
At 1:44 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não sei se alguém se identifica com este texto, mas penso que todos os jovens já passaram por isto (alguns podem é não se dar ao trabalho de reflectir ou pensar nisto). E isto porque, ao contra´rio do que diz o João, penso que ser jovem é tudo menos simples. É a altura em que temos de nos preocupar com o futuro, mas simultaneamente é a melhor altura da nossa vida, em que devíamos realmente senti-la, vibrante!
Talvez os momentos de melancolia venham com os conflitos normais que há nesta fase, mas penso que também vêm quando nos confrontamos com o nosso interior, que não gostamos. (O que é ser jovem, senão descobrirmo-nos a nós próprios e ACEITARMO-NOS como somos?). Tal como o João diz, parece que tudo é um defeito e somos criticados a toda a hora. Porém, acredito que não existe uma realidade universal, pois cada um vê uma realidade diferente, através do filtro que é a mente de cada um. Por isso, nada é preto e branco, mas sim uma infindável soma de tons cinzentos.
Pode haver muitas causas para a melancolia (gosto de deixar um espaço para coisas inexplicáveis), mas penso que a mais importante é o cansaço emocional vindo das nossas batalhas interiores. Desde que sou "gente " que olhava para os outros adolescentes, e que desejava algum tempo sem ter sempre a cabeça a andar à roda, de tanta dúvida e crise existencial. De muitas destas crises, sobrevivemos e passamos à seguinte, até sairmos desta fase. Porém, por vezes, por uma vez na vida, podems realmente "morrer". Penso que é a isto que os pscólogos catalogariam como "esgotamento nervoso" ou depressão. Eu penso que é justamente o cansaço -limite. E falo nestes tons tão sombrios porque penso que apesar de serem muito dolorosos, dão-nos uma grande aprendizagem emocional, como pessoas.
Mas a conclusão que tiro é que talvez nada disto seria realmente necessário. Tal como diz Luísa Castelo-Banco, a vida é um desafio, e penso que é um insulto à vida (tão curta) gastarmo-la com estas coisas negativas, porque um minuto de tristeza são 60 segundos de alegria desperdiçados!
E sim, quem melhor que os amigos para estarem lá, e nos levantarem o astral! Porque a verdadeira intimidade não é a física, mas partilharmos com as pessoas o nosso melhor e o pior, o nosso lado forte, mas também o vulnerável. E quem não gostar, ou não quiser ver essas facetas, não é realmente nosso amigo.
Conclusão: não é alguém exterior que nos vai dar paz de espírito (que é, no final, aquilo que toda a gente procura), mas somente nós próprios.
Termino este comentário citando a MTV- Free your mind!
Libertem-se, e sejam felizes!

 
At 3:15 da tarde, Blogger João said...

Concordo que o que todos procuramos é paz de espírito e que o principal responsável pela paz de espírito de cada um é a própria pessoa. Acho que devemos todos assumir a responsabilidade dos nossos actos, caso contrário tudo estava desculpado por terem sido outros a induzirem-nos em erro. Mas também acho que os factores externos têm muito peso e, se acho que não não nos devemos desculpar com eles, também acho que devemos dar-lhes atenção. Quando digo que somos sempre criticados, estou a dizer que às vezes dá-se pouco espaço às pessoas. Há coisas que não têm mal nenhum e são criticadas. E assim cria-se uma pressão para as pessoas corresponderem a determinadas expectativas que não fazem sentido. Um exemplo: as raparigas anorécticas. São criticadas por ser feias e não tem mal que sejam assim e às vezes até nem são tão feias; ficam com isso na cabeça e obcecadas em emagrecer; criam um problema muito maior do que o que tinham. Acho que elas têm culpa mas a sociedade também, com as críticas destrutivas que lhes fez. Concordo com muito do que dizes, só quis explicar mellhor o que tinha dito porque, lendo outra vez o meu comentário, acho que ficou incompleto.

 

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